
Cultura de segurança: por que ainda há resistência nas organizações?
Embora o tema da segurança no trabalho esteja cada vez mais presente nas pautas corporativas, muitas organizações ainda enfrentam resistência na criação de uma cultura preventiva sólida. Acidentes continuam a ocorrer por falhas simples, que poderiam ser evitadas com uma melhor percepção de riscos e um ambiente organizacional mais participativo. Segundo dados recentes do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, mais de 600 mil acidentes foram registrados no Brasil em 2023, sendo a maioria em setores de logística, construção civil e indústria de base.
A questão não é apenas estrutural ou técnica. Muito do problema está relacionado ao comportamento humano e à ausência de um engajamento real das lideranças. A velha cultura do “cumprir norma para evitar multa” ainda predomina em muitos ambientes, enquanto a prevenção proativa exige diálogo, treinamento contínuo e valorização do trabalhador. Outro ponto crítico é a comunicação: quando os riscos não são compreendidos por todos, os procedimentos perdem força e tornam-se meramente formais.
Felizmente, cresce o número de empresas que estão adotando abordagens mais modernas, como programas de comportamento seguro, análise de cultura organizacional e uso de tecnologia para monitoramento em tempo real. A chave, segundo especialistas, está em reconhecer que segurança não é só uma obrigação legal, mas uma competência estratégica que impacta diretamente na produtividade, clima organizacional e reputação corporativa.